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TEA x TDAH: como distinguir quando os sintomas se parecem?

  • Foto do escritor: Marimar Nascimento
    Marimar Nascimento
  • 5 de dez.
  • 3 min de leitura
Pessoa diante de dois caminhos, representando a diferença entre TEA e TDAH.
TEA e TDAH compartilham características, mas têm origens e necessidades diferentes.

Muitas pessoas crescem sem saber que têm o Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou o Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), ou que esses transtornos podem existir juntos. Em adultos, especialmente, sinais sutis ou adaptados podem passar despercebidos por anos, ao mesmo tempo em que geram prejuízos significativos na vida.


Por que tantas pessoas passam anos com diagnóstico incorreto ou incompleto?

Em primeiro lugar, o TDAH é uma das comorbidades mais comuns do TEA, o que significa que, em muitos casos, o indivíduo tem os dois transtornos simultaneamente. O que ocorre é que um deles pode se sobressair porque suas características geram prejuízos mais notáveis. Assim, o diagnóstico feito inicialmente não é necessariamente incorreto, mas incompleto. Além disso, TEA e TDAH compartilham características que podem confundir tanto profissionais quanto pacientes, especialmente quando os sinais são sutis, mascarados ou compensados ao longo da vida adulta.


Características semelhantes

Dificuldades de atenção e hiperatividade são tradicionalmente associadas ao TDAH, porém, são também frequentemente observadas em adultos com TEA. Da mesma forma, pessoas com TDAH podem apresentar dificuldades na comunicação social, um dos critérios centrais do TEA.

Outro ponto de convergência importante envolve as funções executivas, responsáveis por habilidades como planejar, organizar, inibir impulsos, manter o foco e alternar tarefas. Indivíduos com TEA e com TDAH podem apresentar déficits nessas áreas, o que aumenta a possibilidade de erro diagnóstico.

Além disso, ambos os transtornos podem gerar consequências semelhantes no cotidiano: dificuldades acadêmicas ou profissionais, ansiedade elevada, estresse e desgaste emocional.

Diante dessas sobreposições, sem uma avaliação minuciosa e especializada, diferenciar os transtornos pode ser um grande desafio.


Caracterísitcas diferentes

Apesar das semelhanças e das dificuldades em distinguir TEA e TDAH, existem diferenças importantes entre eles. Algumas delas incluem:

  • Comportamentos restritos, repetitivos e interesses incomuns são característicos do TEA, mas não do TDAH. A ausência desses comportamentos pode ajudar a diferenciar as duas condições.

  • Déficits sociais qualitativamente diferentes:

    • No TEA, podem ocorrer dificuldades em compreender pistas não verbais (expressões faciais, entonação, gestos), além de menor iniciativa social e maior tendência ao isolamento.

    • No TDAH, o prejuízo social costuma estar relacionado à impulsividade: interromper conversas, falar alto, invadir o espaço pessoal ou agir sem pensar.

  • Desregulação emocional com origens distintas:

    • No TEA, episódios de raiva tendem a estar associados a mudanças inesperadas, sobrecarga sensorial ou ruptura de rotinas.

    • No TDAH, costumam surgir como consequência da impulsividade, da frustração rápida ou do baixo autocontrole.

  • Atenção diferente em cada transtorno:

    • No TDAH, a dificuldade de atenção se manifesta como lapsos em tarefas simples, perda constante de foco, alternância entre atenção e distração, além de impulsividade associada.

    • No TEA, observa-se hiperfoco em certos temas, dificuldade em alternar o foco, distração diante de estímulos sensoriais e hiper ou hiporreatividade sensorial que interfere na atenção.


Entender a diferença entre TEA e TDAH é essencial porque cada condição exige estratégias específicas de manejo, intervenção e acompanhamento. Quando o diagnóstico é incompleto ou impreciso, a pessoa pode receber orientações que não atendem às suas reais necessidades, prolongando o sofrimento e os prejuízos no dia a dia. Por isso, o diagnóstico diferencial é uma etapa fundamental para esclarecer o funcionamento individual e garantir um plano de cuidado adequado e efetivo.


Se você percebe essas características em si ou em alguém próximo e tem dúvidas sobre qual diagnóstico faz sentido no seu caso, uma avaliação neuropsicológica ou psicológica especializada pode trazer clareza, direcionamento e acolhimento.


Se quiser entender melhor o seu funcionamento e receber uma orientação profissional a partir de uma avaliação neuropsicológica, estou disponível para ajudar.




 
 
 

Comentários


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Marimar de Souza do Nascimento

Psicóloga Clínica | CRP 05/66100

Olá! Me chamo Marimar Nascimento, e meu trabalho é voltado ao diagnóstico e tratamento de adultos com suspeita ou diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA).

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